domingo, 29 de novembro de 2009

A política externa chinesa e a 4ª Conferência do Fórum de Cooperação China-África-2009, por Diego Pautasso

Meridiano 47

28/11/2009

A política exerna chinesa e a 4ª Conferência do Fórum de Cooperação China-África-2009, por Diego Pautasso
Diego Pautasso
http://meridiano47.info/

O fim da Guerra Fria não representou apenas a derrota da URSS, mas o fim de um ordenamento mundial centrado nos EUA e o início de um período de transição sistêmica. Esta transição tem sido marcada pela perda de vantagens competitivas dos EUA, pela intensificação das rivalidades e competições interestatais e interempresariais e pelo surgimento de novas configurações de poder (ARRIGHI; SILVER, 2001, p. 30-45). Se esta premissa teórica tiver um fundo de verdade, as relações sino-afrianas são representativas destas transformações globais, amplificando a relevância da 4ª Conferência Ministerial do Fórum de Cooperação China-África, ocorrido entre 8 e 9 de novembro de 2009 em Sharm el Sheikh, no Egito. Com efeito, o presente artigo relaciona a ascensão da China (e de sua política externa) com a África através do FOCAC, no quadro de reorganição sistêmica.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Rafale International esclarece informações sobre proposta francesa no FX-2

Press Releases

16/11/2009
Rafale International esclarece informações sobre proposta francesa no FX-2
Brasília, 12 de novembro de 2009 – O consórcio francês Rafale International, formado pelas empresas Dassault Aviation, Snecma e Thales, realizou coletiva na tarde desta quinta feira para esclarecer à opinião pública informações que não correspondem à realidade e que tem sido divulgadas nas últimas semanas sobre a proposta francesa no FX-2, processo de escolha do Governo Brasileiro para aquisição das novas aeronaves de combate da FAB.

O consórcio Rafale International, em respeito ao processo de escolha realizado pela FAB, que desde o seu início é transparente e criterioso, esclarece que:

Sobre o preço ofertado, respeita o termo de confidencialidade que foi assinado com a FAB, o que deveria ter sido feito também pelos outros concorrentes.

Foram divulgadas informações de que a proposta do Rafale seria 40% mais cara que a do F-18. Esta afirmação não tem fundamento. O consórcio garante que o valor oferecido ao Governo Brasileiro para aquisição do Rafale é compatível com o valor de outras aeronaves da mesma classe, sendo que a França oferece total garantia de transferência de tecnologia (já aprovada pelo governo francês) e um caça que está em início de vida operacional, já com capacidade operacional comprovada em combate e com mais de 30 anos de expectativa de operação.

Representantes da SAAB dizem que o Gripen custa a metade do valor do Rafale. Causa estranheza esta afirmação, uma vez que o valor do Rafale não é de conhecimento público. Mais do que isso, não é correto comparar valores de caças de classes diferentes.

Ainda assim, é possível fazer algumas ponderações que colocam por terra esta afirmação da empresa sueca:

- O Gripen é um monomotor da classe do Mirage 2000, portanto de classe diferente do Rafale, seu sucessor. O Rafale é um bimotor, que traz mais segurança e capacidade operacional superior. 

- A depender da missão, são necessários dois Mirage 2000 para executar a missão de um Rafale, conforme experiência da Força Aérea Francesa. Então, para ter o mesmo poder aéreo, o comprador deveria adquirir o dobro de caças desta classe.

- E o mais importante: em função de estar em fase inicial de projeto (é apenas um demonstrador de conceito), o custo final do desenvolvimento do Gripen NG é totalmente desconhecido, podendo se tornar um verdadeiro “saco sem fundo”. Alguns países que fecharam negócios semelhantes no passado acabaram por desistir do projeto após centenas de milhões de dólares de investimento, como ocorreu com o Japão e Israel com aeronaves que incorporavam tecnologias dos próprios países e norte-americanas.

Noruega e Dinamarca, nações economicamente sólidas e parceiras históricas da Suécia, não quiseram assumir o risco financeiro do projeto do Gripen NG. Além do risco de custo, existe risco elevado quanto ao prazo de entrega. No caso do Rafale, o custo de produção está estabilizado. Não há risco quanto ao custo e prazo.

Sobre mercado de aeronaves de combate, concorrentes e críticos dizem que o Rafale nunca foi vendido ao exterior. É preciso ressaltar que não se vende uma aeronave de combate antes que esteja em operação na Força Aérea do país de origem. Como o Rafale entrou em operação em 2006 na Força Aérea Francesa, o consórcio Rafale leva em conta efetivamente as concorrências após este período e reafirma a certeza de que o Rafale será um produto de sucesso, a exemplo de todos os caças desenvolvidos pela Dassault, entre eles os Mirage.

O Rafale venceu tecnicamente algumas concorrências, como no caso da Coréia do Sul, quando os Estados Unidos pressionaram os sul-coreanos para que optassem por um caça norte-americano, considerando o alinhamento das posições em relação à Coréia do Norte. A decisão foi tomada por razões estratégicas.

O consórcio Rafale International já em fase de formatação de contrato nos Emirados Árabes Unidos. Na Índia o Rafale está em fase de testes. O Rafale está também na concorrência da Suíça. Outros países como Qatar, Kuwait e Malásia manifestaram interesse pelo Rafale.

Sobre a origem de componentes e tecnologias: todas as tecnologias do Rafale são 100% francesas e o consórcio Rafale International não precisa de autorização de nenhum país para comercializá-las.

É necessário esclarecer que componentes não são a mesma coisa que tecnologias. No caso de componentes, são mais de 100 mil em um caça. Há sim componentes de outros países no Rafale, como também nos outros dois concorrentes; no caso do Rafale, eles foram selecionados por razões econômicas e todos podem ser substituídos.

É importante salientar que uma parte do Gripen é norte-americana, em especial a sua turbina, como os próprios suecos gostam de ressaltar em sua publicidade em outras concorrências pelo mundo, o que talvez explique a campanha em conjunto que SAAB e Boeing fazem contra o Rafale.

Sobre transferência de tecnologia, o consórcio Rafale International reforça o que a proposta do Rafale prevê transferência irrestrita e já aprovada de tecnologia, inclusive as críticas, ao Brasil. O programa de cooperação industrial da proposta francesa é bem fundamentado, com acordos assinados com 39 empresas para 68 projetos e parcerias com a Universidade Federal do Rio de Janeiro e o ITA.

Seguindo a legislação francesa, a autorização de transferência de tecnologia foi concedida pelo poder executivo francês antes do Rafale entrar na disputa e não depende mais de nenhuma nova autorização, ao contrário dos EUA, onde há a necessidade de aprovação pelo poder legislativo norte-americano. A autorização do Congresso dos EUA que vem sendo divulgada é uma pré-autorização, que ainda será revista, podendo haver vetos, por ocasião das revisões periódicas, como aconteceu na venda dos mísseis do F-16 ao Chile. Não há conhecimento sobre como as restrições norte-americanas podem afetar a transferência de tecnologia do Gripen.

Vale ressaltar, que nesse projeto específico, devido à parceria estratégica existente entre o Brasil e a França, a oferta do Rafale incorpora uma transferência de tecnologia crítica em uma dimensão inédita.

As seis primeiras aeronaves deverão ser construídas na França, com participação brasileira, para garantir aprendizado à indústria e entrega rápida dos primeiros caças à FAB. Os demais 30 caças serão montados no Brasil, com a produção de peças sendo transferida gradativamente à indústria brasileira, chegando a 50% na trigésima sexta aeronave e com certeza de aumentar caso o Brasil amplie o programa.

O consórcio do Rafale destaca, ainda, o elemento mais importante associado à proposta francesa: é a única que dá garantia de compra de no mínimo 10 unidades da aeronave KC-390, da Embraer, a maior já desenvolvida no Brasil, em compromisso já firmado pelo Governo Francês. Além disso, o consórcio Rafale International se compromete a ser parceiro para desenvolver o KC-390 junto com a Embraer, transferindo ainda outras tecnologias críticas. A parceria contribuirá significativamente para o sucesso desse projeto e geração adicional de empregos.

A iniciativa destes esclarecimentos está fundamentada no profundo respeito à opinião pública e à imprensa brasileira, que merecem receber informações fidedignas sobre este importante assunto de interesse nacional.

Mais informações à imprensa
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sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Tensão entre as Coréias ameaça negociações para a pacificação da Península Coreana

O Estado de S. Paulo

12 de novembro de 2009 | 8h 53

Pyongyang diz que Seul 'pagará caro' por troca de tiros no mar
Coreia do Norte afirma que incidente é parte de conspiração sul-coreana para sabotar diálogo com os EUA
estadao.com.br

A Coreia do Norte disse nesta quinta-feira, 12, que a Coreia do Sul irá "pagar caro" por ter disparado na terça-feira contra um barco de patrulha norte-coreano, num incidente que agrava a tensão entre os dois países e foi o primeiro conflito em sete anos.


"Aquecimento Global é terrorismo climático", por Luiz Carlos Molion

Luiz Carlos Molion

"Aquecimento Global é terrorismo climático"

Pesquisador diz que tendência dos próximos anos é o esfriamento da Terra e que efeito estufa é tese manipulada pelos países ricos


Entrevistado por RODRIGO RANGEL, da Revista ISTOÉ

http://www.istoe.com.br/assuntos/entrevista/detalhe/255_AQUECIMENTO+GLOBAL+E+TERRORISMO+CLIMATICO+?pathImagens=&path=&actualArea=internalPage
 


O professor Luiz Carlos Molion é daqueles cientistas que não temem nadar contra a corrente. Na Rio 92 (ou Eco 92), quando o planeta discutia o aumento do buraco na camada de ozônio, ele defendeu que não havia motivo para tamanha preocupação.

Numa conferência, peitou o badalado mexicano Mario Molina, mais tarde Nobel de Química, um dos primeiros a fazer o alerta. Agora, a guerra acadêmica de Molion tem outro nome: aquecimento global. Pós-doutor em meteorologia formado na Inglaterra e nos Estados Unidos, membro do Instituto de Estudos Avançados de Berlim e representante da América Latina na Organização Meteorológica Mundial, esse paulista de 61 anos defende com veemência a tese de que a temperatura do planeta não está subindo e que a ação do homem, com a emissão crescente de gás carbônico (CO2) e outros poluentes, nada tem a ver com o propalado aquecimento global. Boa notícia?

Nem tanto, diz. Molion sustenta que está em marcha um processo de resfriamento do planeta. "Estamos entrando numa nova era glacial, o que para o Brasil poderá ser pior", pontifica. Para Molion, por trás da propagação catastrófica do aquecimento global há um movimento dos países ricos para frear o desenvolvimento dos emergentes. O professor ainda faz uma reclamação: diz que cientistas contrários à tese estão escanteados pelas fontes de financiamento de pesquisa.



Istoé - Com base em que o sr. diz que não há aquecimento global?
 
Luiz Carlos Molion - É difícil dizer que o aquecimento é global. O Hemisfério Sul é diferente do Hemisfério Norte, e a partir disso é complicado pegar uma temperatura e falar em temperatura média global. Os dados dos 44 Estados contíguos dos EUA, que têm uma rede de medição bem mantida, mostram que nas décadas de 30 e 40 as temperaturas foram mais elevadas que agora. A maior divergência está no fato de quererem imputar esse aquecimento às atividades humanas, particularmente à queima de combustíveis fósseis, como petróleo e carvão, e à agricultura, atrás da agropecuária, que libera metano. Quando a gente olha a série temporal de 150 anos usada pelos defensores da tese do aquecimento, vê claramente que houve um período, entre 1925 e 1946, em que a temperatura média global sofreu um aumento de cerca de 0,4 grau centígrado. Aí a pergunta é: esse aquecimento foi devido ao CO2?


Istoé - Como, se nessa época o homem liberava para a atmosfera menos de 10% do que libera hoje?

Luiz Carlos Molion - Depois, no pós-guerra, quando a atividade industrial aumentou, e o consumo de petróleo também, houve uma queda nas temperaturas.

Istoé - Qual seria a origem das variações de temperatura?

Luiz Carlos Molion - Há dez anos, descobriu-se que o Oceano Pacífico tem um modo muito singular na variação da sua temperatura. Me parece lógico que o Pacífico interfira no clima global. Primeiro, a atmosfera terrestre é aquecida por debaixo, ou seja, temos temperaturas mais altas aqui na superfície e à medida que você sobe a temperatura vai caindo - na altura em que voa um jato comercial, por exemplo, a temperatura externa chega a 45 ou 50 graus abaixo de zero. Ora, o Pacífico ocupa um terço da superfície terrestre. Juntando isso tudo, claro está que, se houver uma variação na temperatura da superfície do Pacífico, vai afetar o clima.

Istoé - O IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática, da ONU) está errado?

Luiz Carlos Molion - O painel não leva em consideração todos os dados. Outra coisa que incomoda bastante, e que o Al Gore [exvice- presidente dos EUA e estrela do documentário Uma verdade inconveniente, sobre mudanças no clima] usa muito, é a concentração de CO2. O IPCC diz claramente que a concentração atingida em 2005, de 339 partes por milhão, ou ppm, foi a maior dos últimos 650 mil anos. Isso é uma coisa ridícula. Eles usam uma série iniciada em 1957 e não fazem menção a medições de concentração de gás carbônico anteriores. É como se nunca ninguém tivesse se preocupado com isso. O aumento de CO2 não é um fenômeno novo. Nos últimos 150 anos, já chegou a 550, 600 ppm. Como é que se jogam fora essas medidas? Só porque não interessam ao argumento? O leigo, quando vê a coisa da maneira que é apresentada, pensa que só começaram a medir nos últimos 50 anos. O Al Gore usou no filme a curva do CO2 lá embaixo há 650 mil anos e, agora, decolando. Ridículo, palhaço.

Istoé - Esses temores são cíclicos?

Luiz Carlos Molion - Eu tenho fotos da capa da Time em 1945 que dizia: "O mundo está fervendo." Depois, em 1947, as manchetes diziam que estávamos indo para uma nova era glacial. Agora, de novo se fala em aquecimento. Não é que os eventos sejam cíclicos, porque existem muitos fatores que interferem no clima global. Sem exagero, eu digo que o clima da Terra é resultante de tudo o que ocorre no universo. Se a poeira de uma supernova que explodiu há 15 milhões de anos for densa e passar entre o Sol e a Terra, vai reduzir a entrada de radiação solar no sistema e mudar o clima. Esse ciclo de aquecimento muito provavelmente já terminou em 1998. Existem evidências, por medidas feitas via satélite e por cruzeiros de navio, de que o oceano Pacífico está se aquecendo fora dos trópicos - daí o derretimento das geleiras - e o Pacífico tropical está esfriando, o que significa que estamos entrando numa nova fase fria. Quando esfria é pior para nós.

Istoé - Por que é pior?

Luiz Carlos Molion - Porque quando a atmosfera fica fria ela tem menor capacidade de reter umidade e aí chove menos. Eu gostaria que aquecesse realmente porque, durante o período quente, os totais pluviométricos foram maiores, enquanto de 1946 a 1976 a chuva no Brasil como um todo ficou reduzida.

Istoé - No que isso pode interferir na vida do brasileiro?

Luiz Carlos Molion - As conseqüências para o Brasil são drásticas. O Sul e o Sudeste devem sofrer uma redução de chuvas da ordem de 10% a 20%, dependendo da região. Mas vai ter invernos em que a freqüência de massas de ar polar vai ser maior, provocando uma freqüência maior de geadas. A Amazônia vai ter uma redução de chuvas e, principalmente, a Amazônia oriental e o sul da Amazônia vão ter uma freqüência maior de seca, como foi a de 2005. O Nordeste vai sofrer redução de chuva. O que mais me preocupa é que, do ponto de vista da agricultura, as regiões sul do Maranhão, leste e sudeste do Pará, Tocantins e Piauí são as que apresentam sinais mais fortes. Essas regiões preocupam porque são a fronteira de expansão da soja brasileira. A precipitação vai reduzir e certamente vai haver redução de produtividade. Infelizmente, para o Brasil é pior do que seria se houvesse o aquecimento.
 
Istoé - A quem interessaria o discurso do "aquecimento"?

Luiz Carlos Molion - Quando eu digo que muito provavelmente estamos num processo de resfriamento, eu faço por meio de dados. O IPCC, o nome já diz, é constituído de pessoas que são designadas por seus governos. Os representantes do G-7 não vão aleatoriamente. Vão defender os interesses de seus governos. No momento em que começa uma pressão desse tipo, eu digo que já vi esse filme antes, na época do discurso da destruição da camada de ozônio pelos CFCs, os compostos de clorofluorcarbonos. Os CFCs tinham perdido o direito de patente e haviam se tornado domínio público. Aí inventaram a história de que esses compostos estavam destruindo a camada de ozônio. Começou exatamente com a mesma fórmula de agora. Em 1987, sob liderança da Margaret Thatcher, fizeram uma reunião em Montreal de onde saiu um protocolo que obrigava os países subdesenvolvidos a eliminar os CFCs. O Brasil assinou. Depois, ficamos sabendo que assinou porque foi uma das condições impostas pelo FMI para renovar a dívida externa brasileira. É claro que o interesse por trás disso certamente não é conservacionista.

Istoé - Mas reduzir a emissão de CFCs não foi uma medida importante?

Luiz Carlos Molion - O Al Gore no filme dele diz "nós resolvemos um problema muito crucial que foi a destruição da camada de ozônio". Como resolveram, se cientistas da época diziam que a camada de ozônio só se recuperaria depois de 2100? Na Eco 92, eu disse que se tratava de uma atitude neocolonialista. No colonialismo tradicional se colocam tropas para manter a ordem e o domínio. No neocolonialismo a dominação é pela tecnologia, pela economia e, agora, por um terrorismo climático como é esse aquecimento global. O fato é que agora a indústria, que está na Inglaterra, França, Alemanha, no Canadá, nos Estados Unidos, tem gases substitutos e cobra royalties de propriedade. E ninguém fala mais em problema na camada de ozônio, sendo que, na realidade, a previsão é de que agora em outubro o buraco será um dos maiores da história.

Istoé - O sr. também vê interesses econômicos por trás do diagnóstico do aquecimento global?

Luiz Carlos Molion - É provável que existam interesses econômicos por detrás disso, uma vez que os países que dominam o IPCC são os mesmos países que já saíram beneficiados lá atrás.
 
Istoé - Não é teoria conspiratória concluir que há uma tentativa de frear o desenvolvimento dos países emergentes?

Luiz Carlos Molion - O que eu sei é que não há bases sólidas para afirmar que o homem seja responsável por esse aquecimento que, na minha opinião, já acabou. Em 1798, Thomas Malthus, inglês, defendeu que a população dos países pobres, à medida que crescesse, iria querer um nível de desenvolvimento humano mais adequado e iria concorrer pelos recursos naturais existentes. É possível que a velha teoria malthusiana esteja sendo ressuscitada e sendo imposta através do aquecimento global, porque agora querem que nós reduzamos o nosso consumo de petróleo, enquanto a sociedade americana, sozinha, consome um terço do que é produzido no mundo.

Istoé - Para aceitar a tese do sr., é preciso admitir que há desonestidade dos cientistas que chancelam o diagnóstico do aquecimento global...
 
Luiz Carlos Molion - Eu digo que cientistas são honestos, mas hoje tem muito mais dinheiro nas pesquisas sobre clima para quem é favorável ao aquecimento global. Dinheiro que vem dos governos, que arrecadam impostos das indústrias que têm interesse no assunto. Muitos cientistas se prostituem, se vendem para ter os seus projetos aprovados. Dançam a mesma música que o IPCC toca.

Istoé - O sr. se considera prejudicado por defender a linha oposta?

Luiz Carlos Molion - Na Eco 92, eu debati com o Mario Molina, que foi quem criou a hipótese de que os clorofluorcarbonos estariam destruindo o ozônio. Ele, em 1995, virou prêmio Nobel de Química. E o professor Molion ficou na geladeira. De 1992 a 1997 eu não fui mais convidado para nenhum evento internacional. Eu tinha US$ 50 mil que o Programa das Nações Unidas havia repassado para fazer uma pesquisa na Amazônia e esse dinheiro foi cancelado.
 
Istoé - O cenário que o sr. traça inclui ou exclui o temor de cidades litorâneas serem tomadas pelo aumento do nível dos oceanos?

Luiz Carlos Molion - Também nesse aspecto, o que o IPCC diz não é verdade. É possível que, com o novo ciclo de resfriamento, o gelo da Groenlândia possa aumentar e pode ser até que haja uma ligeira diminuição do nível do mar.
 
Istoé - Pela sua tese, seria o começo de uma nova era glacial?

Luiz Carlos Molion - Como já faz 15 mil anos que a última Era Glacial terminou, e os períodos interglaciais normalmente são de 12 mil anos, é provável que nós já estejamos dentro de uma nova era glacial. Obviamente a temperatura não cai linearmente, mas a tendência de longo prazo certamente é decrescer, o que é mau para o homem. Eu gostaria muito que houvesse realmente um aquecimento global, mas na realidade os dados nos mostram que, infelizmente, estamos caminhando para um resfriamento. Mas não precisa perder o sono, porque vai demorar uns 100 mil anos para chegar à temperatura mínima. E quem sabe, até lá, a gente não encontre as soluções para a humanidade.



Revista ISTOÉ. Edição n°:  1967 |  11/jul/2009 - 10:00 |  Atualizado em 11/nov/2009 - 09:08



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sábado, 7 de novembro de 2009

Erupção vulcânica e tsunami podem ter destruido a civilização minóica por volta de 1630 a.C.

Folha de S.Paulo
05/11/2009 

Erupção vulcânica provocou tsunami gigante há 3.000 anos, diz estudo



A grande erupção do vulcão Thera no Mar Egeu, há mais de 3.000 anos, produziu ondas monstruosas que percorreram centenas de quilômetros do leste do Mediterrâneo para inundar a área que hoje é Israel e provavelmente outras regiões costeiras, descobriu uma equipe de cientistas. 

Os pesquisadores, em artigo publicado na edição de outubro da revista "Geology", disseram que a nova evidência sugere que tsunamis gigantes da erupção catastrófica atingiram "áreas costeiras por todo o litoral do leste do Mediterrâneo". Tsunamis são ondas gigantes que podem atingir a costa, rearranjar o leito do mar, inundar vastas áreas de terra e carregar material terrestre para o mar. 

A região, na época, era habitada por civilizações em ascensão em Creta, Chipre, Egito, Fenícia e Turquia.
Durante décadas, estudiosos sugeriram que a erupção gigante, a apenas 112 km de Creta, pode ter causado o misterioso colapso da civilização minóica no seu apogeu. Os remanescentes da erupção do Thera hoje formam um arquipélago circular de ilhas vulcânicas gregas conhecidas como Santorini. 

terça-feira, 3 de novembro de 2009

"A urgência das hidrovias e ferrovias", por Sérgio B. Motta

Portal NetMarinha 
02 November, 2009  

A urgência das hidrovias e ferrovias
Por Sérgio Barreto Motta

http://netmarinha.uol.com.br/



As agências de águas (ANA) e de navegação interior (Antaq), com apoio do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, estão fechando o cerco, para que as novas usinas hidrelétricas tenham, desde sua inauguração, passagem para barcos (eclusas). O sistema hidroviário permite a colocação, no porto, a preço mais baixo, da produção agrícola, além de ser o que menos agride o ambiente, pois seu consumo de combustível é bem inferior ao da ferrovia e mais ainda da rodovia. E o presidente Lula, que pouco ligava para o ambiente até há alguns meses atrás, agora é considerado um dos líderes mundiais do setor.


16.03.2009_malha-ferroviaria_mat.jpgUm forte obstáculo está no Ministério de Minas e Energia. Recentemente, o secretário-executivo do MME, Márcio Zimmermann, afirmou que não se deveria incluir eclusas em todas as barragens, pois " poderia haver ferrovias no mesmo trajeto". Em todas as barragens em projeto ou construção no Brasil não há ferrovias paralelas em nenhuma delas.


O superintendente de Navegação Interior da Antaq, Alex Oliva, está entusiasmado. Garante que nas novas usinas do Rio Madeira, já em construção - Santo Antonio e Juruá - serão instaladas eclusas. Oliva insiste em sua tese, embora os projetos oficiais não contemplem esse benefício. Segundo Oliva, já estão sendo contratados projetos básicos para essas eclusas. No caso da maior usina hidrelétrica em fase final de projeto, Belo Monte, haverá, igualmente, nova guerra: ANA, Antaq e Minc querem eclusas, mas o MME, com apoio das empreiteiras, sequer deseja ouvir falar no assunto.

17.03.2009_terminal-aquav-sc_fs.jpg
À época da construção da usina de Tucuruí, no Rio Tocantins, em 1984, a instalação de eclusas custaria R$ 320 milhões. Agora - a inauguração das eclusas está prevista para 2010 - o valor é de alguns bilhões.


O diretor-geral do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transporte (Dnit), Luiz Antonio Pagot, afirmou, nesse encontro: “Temos um invejável potencial hídrico navegável que não aproveitamos por falta de recursos para projetos e obras. Estamos agora retomando a implantação de ferrovias. A combinação de novas rodovias e investimentos consistentes na área de ferrovias e hidrovias vai nos permitir, com certeza, gerar imensas oportunidades de negócios. Algumas regiões brasileiras que têm enorme potencialidade minerosiderúrgica , florestal e para atividade agropecuária e que estão cerceadas, exatamente por falta de uma infraestrutura multimodal que permita a chegada de insumos e o transporte de produtos por preços que viabilizem a atividade econômica. O investimento em multimodalidade assegura o crescimento igual a muitas regiões brasileiras”.



Confira mais destaques na Coluna semanal de Sérgio Barreto Motta, no Portal NetMarinha.