quinta-feira, 30 de setembro de 2010

O Real supervalorizado frente ao Dólar e a ameaça da desindustrialização

 Jornal do Comércio

29/09/2010

Impacto da produção na economia divide setores

Patrícia Comunello

A maior parte  da fatura externa da Marcopolo é gerada fora e depois nacionalizada
A maior parte da fatura externa 
da Marcopolo é gerada fora 
e depois nacionalizada 
FREDY VIEIRA/JC

O câmbio desvalorizado, que gera arrepios a industriais exportadores e vitamina importações de manufaturados, é o epicentro de um debate longe de consenso entre entidades setoriais e especialistas: o Brasil vive uma desindustrialização? Números de produção e emprego aquecidos pelo crescimento interno esvaziam este risco. Por enquanto.


A montadora gaúcha de ônibus Marcopolo sempre foi uma grife da face made in Brazil da balança comercial. E continua, só que 80% das unidades que a marca coloca no mercado internacional são feitas em oito fábricas situadas fora do Brasil e em três continentes - América, África e Ásia. Em vez de captar dólares vendendo os veículos, hoje a maior parte da fatura externa é gerada fora e depois nacionalizada. Com isso, 4 mil dos 14 mil empregados da companhia, que projeta receita líquida de R$ 2,8 bilhões em 2010, 30% acima da de 2009, movem as plantas do exterior. Um caso típico de exportação de empregos, mesmo que em família. Sem contar as vagas geradas nos fornecedores de peças e matérias-primas na Argentina, no México, na Colômbia, no Chile, na África do Sul, na Índia e no Egito.

Depois de 30 anos operando no mercado internacional, a montadora mudou sua estratégia, traduzida pela migração da produção, para não perder mercado ante um  câmbio desvalorizado em até 20%. “O Brasil não é mais competitivo”, justifica o diretor de Relações com Investidores da montadora, Carlos Zignani.

"Efeitos colaterais", por Daniel Caetano





Efeitos Colaterais
Daniel Caetano

Não gosto muito de tratar assuntos políticos aqui; a razão para isso é que gosto de estimular a reflexão sobre o que observo no dia-a-dia e, acredito, falar sobre política sai um pouco desta linha, dado que nela o mote principal não é a razão e reflexão, mas a negociação de interesses. 

Vou abrir uma exceção desta vez, devido a uma conversa que ouvi ontem. Conversavam sobre a ineficiência, ineficácia do "bolsa-esmola" e toda a falácia que supostamente cerca o referido programa (positivas e negativas). O que me permite abrir essa exceção é o fato de que todos os candidatos parecem estar apoiando esta iniciativa - ainda que, em alguns casos, esse apoio seja motivo de riso para muitos. 


Sou uma pessoa técnica, não gosto de fazer política. Minha experiência no campo político me proporcionou muita angustia pessoal; foi quando descobri que não tenho fígado para isso1. Assim, há algum tempo, seguindo a minha visão técnica e sem conhecer muita coisa da realidade brasileira, eu questionava muito o tal do Bolsa Família; em especial, quanto à sua eficácia.

Novo oleoduto entre Rússia e China amplia discussões sobre as relações entre as grandes potências



http://www.youtube.com/watch?v=CZ5gY6_WCTU

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Hidrelétricas, hidrovias e a harmonia dos interesses nacionais

Alerta em Rede

21/09/10

Hidrelétricas, hidrovias e a harmonia dos interesses nacionais

Semana passada, a Agência Nacional de Águas (ANA) lançou edital para contratação de um consultor para avaliar e sistematizar estudos de alternativas de arranjos de eclusas e canais de navegação previstos em empreendimentos hidrelétricos. O contratado definirá os critérios que deverão ser observados nas propostas de alternativas de arranjos de eclusas e canais de navegação, com foco nas hidrovias dos rios Madeira e Teles Pires/Tapajós; deve, ainda, apresentar os aspectos técnicos e o escopo mínimo dos projetos básicos que serão desenvolvidos para o arranjo escolhido para a infraestrutura hidroviária em cada empreendimento hidrelétrico. [1]

A iniciativa, mesmo com atraso, sinaliza que ainda há esperanças para a implantação da hidrovia Teles Pires-Tapajós, considerada estratégica para a logística de transporte do interior brasileiro. Neste sentido, é relevante o anúncio que o governo pretende licitar, até dezembro, quatro hidrelétricas na bacia do rio Teles Pires: Sinop (400MW), São Manoel (746MW), Foz do Apiacás (275MW) e Teles Pires (1.820MW). Contudo, como de hábito, há problemas com o processo de licenciamento ambiental desses empreendimentos. As discussões públicas sobre a usina de Sinop, por exemplo, estavam previstas originalmente para ter início em 23 de junho, mas acabaram canceladas por pedido do Ministério Público Estadual do Mato Grosso. O órgão afirmou, na ocasião, que os eventos deveriam ter contado com maior divulgação, para que o público comparecesse em maior número. O MPE também alegou atraso na entrega do EIA/Rima para consulta pública. [2]

Não faltam estudos sobre os prejuízos causados a todos pela pífia utilização do modal hidroviário no país. Agora mesmo, um plano de transporte apresentado pelo Movimento Nossa São Paulo aponta os rios Tietê e Pinheiros como vias-chave para a melhoria do trânsito na capital paulista. Segundo o documento, a criação de hidrovias nos dois rios que cortam a cidade reduziria em 30% o tráfego cargas pela região metropolitana da capital: “Utilizar os rios Tietê e Pinheiros como meios de transporte de cargas significa tirar do trânsito da região metropolitana uma boa parte das 400 mil viagens de caminhões por dia ou 1 bilhão de toneladas de cargas por ano ano”, diz.

Igualmente, do Instituto de Eletrotécnica e Energia (IEE), da USP, fez um estudo sobre a logística do etanol no Brasil recomendando que, para alcançar o mercado externo, é inviável escoar a maior parte do álcool produzido no país – em São Paulo - por via rodoviária. Para substituir o modal rodoviário, o estudo indica, como estratégia de longo prazo, o planejamento e a implantação de uma rede de alcooldutos e, no curto prazo, a utilização da hidrovia Tietê-Paraná com muito mais intensidade que atualmente. O trecho navegável do rio Tietê deve ser aumentado de 41 para 55 km e já existem estudos para a construção de um hidroanel metropolitano prevendo a ligação do Tietê com 30 quilômetros de trecho navegável na Represa Billings. [3]

Há mais de meio século, entra governo e sai governo, mas permanece uma predatória querela intestina entre barrageiros e hidroviaristas, onde os primeiros têm prevalecido. Por isso mesmo, a anunciada construção de usinas na bacia do Tapajós oferece uma ótima oportunidade para que este círculo perverso seja interrompido de uma vez por todas em nome da harmonia dos interesses nacionais.

 

 

Notas:

[1]ANA vai avaliar os projetos de eclusas das usinas do Rio Madeira, Canal Energia, 14/09/2010

[2]Governo avalia publicar edital do leilão A-5 antes de ter todas licenças, Jornal da Energia, 17/09/2010

[3]Estudo recomenda alcoolduto e hidrovia para exportação de etanol, Agência USP, 16/09/2010










terça-feira, 14 de setembro de 2010

Celso Amorim: Brasil ajuda a desenhar nova realidade internacional

Carta Capital


14/09/2010
Um novo mapa do mundo

Celso Amorim  (*)

Há sete anos, quando se falava da necessidade de mudanças na geografia econômica mundial ou se dizia que o Brasil e outros países deveriam desempenhar um papel mais relevante na Organização Mundial do Comércio (OMC) ou integrar-se de modo permanente ao Conselho de Segurança na ONU, muitos reagiam com ceticismo. Desde então, o mundo e o Brasil mudaram numa velocidade acelerada e algumas supostas “verdades” do passado vão se rendendo ante a evidência dos fatos. As diferenças no ritmo de seu crescimento econômico em relação aos países desenvolvidos converteram os países em desenvolvimento em atores centrais da economia mundial.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Lula defende integração regional e cultural em aula inaugural da Unila

Agência Brasil

02/09/2010

Lula defende integração latino-americana em aula inaugural da Unila

Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil

Foz do Iguaçu (PR) - A aula inaugural da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), em Foz do Iguaçu, foi proferida na tarde de hoje (2) pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. O presidente falou para professores e funcionários da universidade, além de operários que participaram da construção de Itaipu. Cerca de 200 estudantes brasileiros e estrangeiros (da Argentina, do Paraguai e do Uruguai) estão matriculados nos seis cursos oferecidos pela instituição, criada em janeiro com o objetivo de contribuir para o processo de integração dos países latino-americanos.