terça-feira, 15 de março de 2011

Vídeo do NOAA mostra a propagação da tsunami após o terremoto no Japão

Vídeo do centro de alerta para tsunamis do NOAA mostra a propagação da tsunami formada após o terremoto de 11 de março no litoral do Japão. A propagação das ondas da tsunami levou apenas 22 horas para atingir os pontos mais distantes no Oceano Pacífico.


http://www.youtube.com/watch?v=Lo5uH1UJF4A


domingo, 13 de março de 2011

Tragédias naturais impõe reflexão acerca dos limites humanos diante da natureza

Carta Maior

12/03/2011

Tragédias naturais expõem perda da noção de limite

 

Nas catástrofes atuais, parece que vivemos um paradoxo: se, por um lado, temos um desenvolvimento vertiginoso dos meios de comunicação, por outro, a qualidade da reflexão sobre tais acontecimentos parece ter empobrecido, se comparamos com o tipo de debate gerado pelo terremoto de Lisboa, no século XVIII, que envolveu alguns dos principais pensadores da época. A humanidade está bordejando todos os limites perigosos do planeta Terra e se aproxima cada vez mais de áreas de riscos, como bordas de vulcões e regiões altamente sísmicas, construindo inclusive usinas nucleares nestas áreas. A idéia de limite se perdeu e a maioria das pessoas não parece muito preocupada com isso. O artigo é de Marco Aurélio Weissheimer.

Terremoto seguido de tsunami que devastaram Lisboa em 1755
Terremoto no Japão em março de 2011
No dia 1° de novembro de 1755, Lisboa foi devastada por um terremoto seguido de um tsunami. A partir de estudos geológicos e arqueológicos, estima-se hoje que o sismo atingiu 9 graus na escala Richter e as ondas do tsunami chegaram a 20 metros de altura. De uma população de 275 mil habitantes, calcula-se que cerca de 20 mil morreram (há estimativas que falam em até 50 mil mortos). Além de atingir grande parte do litoral do Algarve, o terremoto e o tsunami também atingiram o norte da África. Apesar da precariedade dos meios de comunicação de então, a tragédia teve um grande impacto na Europa e foi objeto de reflexão por pensadores como Kant, Rousseau, Goethe e Voltaire. A sociedade europeia vivia então o florescimento do Iluminismo, da Revolução Industrial e do Capitalismo. Havia uma atmosfera de grande confiança nas possibilidades da razão e do progresso científico.



terça-feira, 8 de março de 2011

"Nossos verdadeiros aliados são os nossos vizinhos"

Carta Maior

07/03/2011

“Nossos verdadeiros aliados são os nossos vizinhos”

O atual Alto Representante do Mercosul, Samuel Pinheiro Guimarães, ex-ministro do governo Lula, explica a posição brasileira frente à hegemonia norte-americana e a raiz dos esforços pela integração sul-americana. "Nossos verdadeiros aliados são nossos vizinhos, daqui e de ultramar, com os quais nosso destino político e econômico está definitivamente entrelaçado, e nossos semelhantes, os grandes Estados da periferia", diz Guimarães. O artigo é de Martín Granovsky.

Se o Departamento de Estado dos EUA confiava em um fissura cada vez mais importante entre Venezuela e Brasil para recuperar posições na América do Sul, as posições brasileiras parecem desmentir essa ilusão nos fatos e nas ideias. Junto com a queda das exportações brasileiras aos Estados Unidos desapareceu a possibilidade de uma ameaça norte-americana. “Sabem que se quiserem implementá-las, essas sanções seriam ineficazes”, acaba de escrever o diplomata brasileiro Samuel Pinheiro Guimarães. E acrescenta: “Nossos verdadeiros aliados são os vizinhos”.

Pinheiro Guimarães aponta que hoje o Brasil só exporta 17% de sua produção para os Estados Unidos. Essa cifra é que tornaria impossível de cumprir uma eventual represália como a que, recorda o diplomata, Washington empregou em 1987 com as patentes farmacêuticas. Quando Fernando Collor de Mello assumiu como presidente, em 1989, satisfez em cascata as exigências norte-americanas, que questionavam a Lei da Informática.

O diplomata acaba de escrever algumas reflexões no prefácio ao livro “Relações Brasil-Estados Unidos no contexto da globalização: rivalidade emergente”, do pesquisador Luiz Alberto Moniz Bandeira.
Pinheiro Guimarães foi vice-chanceler do Luiz Inácio Lula da Silva e ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos. Por proposta de Lula, o Mercosul – que, para os EUA, é um “organismo antinorte-americano”, conforme telegrama divulgado por Wikileaks – designou-o em dezembro passado como seu Alto Representante com atribuições de negociar em nome do bloco, propor a formulação de estratégias e articular políticas comuns. O secretário do organismo é o argentino Agustín Colombo Sierra.

A seguir, alguns trechos do texto escrito por Samuel Pinheiro Guimarães:

“Um indicador da crescente hegemonia norte-americana é a ressurreição do Conselho de Segurança das Nações Unidas logo após a posse de Boris Yeltsin e Alexandre Kozirev, que alinharam a política russa à política externa norte-americana. Na prática, este alinhamento redundou na desaparição dos vetos russos, que passaram de um total de 118 no período 1945-1991 para apenas 4 no período 1992-2009. Como resultado, os EUA obtiveram, inclusive sem a oposição da China, apoio para suas ações de punição política, comercial ou militar”.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Neoconservadores aproveitam a crise econômica para implementar agenda neoliberal nos EUA

Carta Capital
03 de março de 2011

Manual prático do "Tea Party"

Luiz Gonzaga Belluzzo

O governador do Wisconsin tenta cortar 
direitos trabalhistas e enfrenta protestos. 
Por Luiz Gonzaga Belluzzo. Foto: AFP


Em meio à euforia que acompanhou a queda do regime de Hosni Mubarak, um jovem engenheiro egípcio manifestava seu júbilo na já lendária Praça Tahrir. Abriu uma faixa de solidariedade aos funcionários públicos de Wisconsin: “O Egito apoia os trabalhadores de Wisconsin – Um só mundo, um só sofrimento”.

A grande recessão provocada pelos abusos da finança desregulada e fraudulenta deixou a maioria dos estados americanos na tanga, como haveria de dizer minha saudosa avó Dona Hermelinda. Nos últimos dois anos, as receitas caíram vertiginosamente e as despesas com os direitos assegurados por lei cresceram rapidamente. Proibidos de se endividar para financiar as despesas correntes, item no qual se abrigam funções públicas como saúde, educação e segurança, talvez desimportantes na opinião dos falcões dos déficits. Os estados continuaram a receber transferências do governo federal para o Medicaid e outros programas sociais.