domingo, 22 de janeiro de 2012

Neoimperialismo europeu se volta contra a América do Sul

Carta Maior, 21/01/2012 

DEBATE ABERTO

Ofensiva colonialista ameaça a América Latina

A decisão da União Européia de reconhecer o arquipélago das Malvinas como seu território, endossando as posições belicistas do premier britânico, David Cameron, que aprovou um plano para aumentar o contingente militar nas ilhas, serve para reacender um dado histórico que nunca deve ser esquecido.

Gilson Caroni Filho

 A decisão da União Européia de reconhecer o arquipélago das Malvinas como seu território, endossando as posições belicistas do premier britânico, David Cameron, que aprovou um plano para aumentar o contingente militar nas ilhas, serve para reacender um dado histórico que nunca deve ser esquecido: a tragédia dos países da América Latina, com seu fundo aberrante de exploração, miséria e desculturalização é uma só e com os mesmos inimigos: o neocolonialismo europeu e o imperialismo estadunidense.

Uma atualização política do "currency board", sistema inventado pelo império inglês para controlar seus domínios. Se nele, a colônia não tem autonomia nenhuma e a economia flutua ao sabor do déficit comercial, na geopolítica, que se afigura ameaçadora, os países periféricos voltam a orbitar em torno dos ditames das grandes potências. Cameron tira as gravatas de seda e os ternos alinhados para, três décadas depois, reafirmar a retórica de Margareth Thatcher.

Do convés do destróier Antrim, atravessado por uma bomba que não explodiu, Thatcher pronunciou o último discurso no seu giro de cinco dias pelas Malvinas: "Uma coisa tem que ficar clara: estas ilhas são britânicas, seus habitantes são súditos da rainha Elisabeth II e querem permanecer como tais". Dirigindo-se aos jornalistas que acompanhavam, ela reiterou que "não se pode negociar a soberania com os argentinos. Estendemos as mãos à Argentina. Não responderam. Confiamos em que eles o farão um dia. Mas não negociaremos a respeito de nossa posição soberana".

Cameron deve ignorar que o tempo histórico tem suas razões, que devem ser levadas em conta. A aventura do regime militar de Leopoldo Galtieri tinha como objetivo a permanência indefinida no governo, todo o tempo que fosse possível. Em 2012, Cristina Kirchner representa um modelo político em andamento na região há algum tempo, mais democrático de fato, humanizado e com ênfase nas reformas estruturais necessárias após o desmonte promovido pelo neoliberalismo. Ao contrário do "reel", dança típica inglesa, o tango se dança em silêncio, não contam tanto as palavras, mas os movimentos e os gestos.

A autodeterminação dos Kelpers, argumento central de Thatcher e Cameron, encerra uma contradição difícil de superar. Como podem reivindicar a cidadania britânica e o direito à autodeterminação? O que temos, de fato, é uma ocupação colonial permanente travestida de "independência". Não há mais condições objetivas para o oprimido fazer sua uma memória fabricada pelo opressor.

Convém recordar que se há 30 anos os países da América Latina foram muito além do previsível em seu apoio aos direitos argentinos, não cedendo um metro do seu território para que aviões militares fizessem escala, a resistência seria bem mais intensa com a região estruturada em comunidades como a Unasul e a Celac. Uma empreitada militar teria custos políticos bem mais profundos do que podem imaginar seus idealizadores.

Nada impede o início de discussões bilaterais sobre as Malvinas. Há para isso um antecedente importante: o documento celebrado em 1968 com a Argentina pelo governo trabalhista de Harold Wilson, que só não entrou em vigor, devido ao adiamento por causa da campanha eleitoral, e à vitória do conservador Edward Heath, depois, nas eleições de 1970.

Seu artigo 4 era bem explícito. "O governo de sua Majestade Britânica reconhecerá a soberania argentina sobre as ilhas a partir da data a ser combinada. Essa data será fixada tão logo o governo de sua Majestade Britânica esteja satisfeito com as garantias e salvaguardas oferecidas pelos governos argentinos para defender os interesses dos seus habitantes."

Como se vê, há uma saída para um impasse. Majestática, britânica e sensata. Algo que seria bem apreciado no sul do nosso continente



Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, colunista da Carta Maior e colaborador do Jornal do Brasil

http://www.cartamaior.com.br/templates/colunaMostrar.cfm?coluna_id=5419

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Mudanças Climáticas e Aquecimento Global - debate entre os principais climatologistas brasileiros

O vídeo a seguir foi gravado em um debate realizado na USP, no Campus de São Paulo, entre os principais climatologistas, metereologistas e cientistas brasileiros que discordam da hipótese do aquecimento global e da hipótese do aquecimento de causa antrópica. 



Mudanças Climáticas e Aquecimento Global : debate entre os principais climatologistas brasileiros
parte 1





Mudanças Climáticas e Aquecimento Global : debate entre os principais climatologistas brasileiros
parte 2





Mudanças Climáticas e Aquecimento Global : debate entre os principais climatologistas brasileiros
parte 3
 





Mudanças Climáticas e Aquecimento Global : debate entre os principais climatologistas brasileiros
parte 4
Mudanças Climáticas e Aquecimento Global : debate entre os principais climatologistas brasileiros


Mudanças Climáticas e Aquecimento Global : debate entre os principais climatologistas brasileiros
parte 6







Mudanças Climáticas e Aquecimento Global : debate entre os principais climatologistas brasileiros
Parte final - perguntas e encerramento



Participaram deste debate os seguintes pesquisadores: 


Prof. Dr. Luiz Carlos Baldicero Molion : graduado em Fisica pela Universidade de São Paulo, USP (1969), PhD em Meteorologia na University of Wisconsin, Madison, EUA (1975), pós-doutorado em Hidrologia de Florestas, Institute of Hydrology, Wallingford, Reino Unido (1982),  Pesquisador Senior aposentado do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, INPE, prof. associado na UFAL, professor visitante da Western Michigan University nos EUA, , e é fellow do Wissenschftskolleg zu Berlin, Alemanha (1990).
foi professor de pós-graduação da Universidade de Évora, Portugal, e, representante da América do Sul como membro do Grupo Gestor da Comissão de Climatologia, da Organização Meteorológica Mundial (MG/CCl/WMO).

Prof. Dr. Ricardo Augusto Felicio : graduado em Ciências Atmosféricas - Meteorologia pela Universidade de São Paulo, USP (1998), mestrado em Meteorologia pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, INPE (2003) e doutorado em Geografia (Geografia Física) pela Universidade de São Paulo, USP (2007). Atualmente é professor de climatologia e metereologia da Universidade de São Paulo. Pesquisadorespecialisna na área de Geociências, com ênfase em Geografia e Meteorologia, Climatologia Geográfica, Antártida, Meteorologia e na Análise dos Ciclones Extratropicais e Polares na Antártica e no setor Sub-antártico que atuam no Brasil e no cinturão polar.  


Prof. Geraldo Lino Marcel Ligabo

Prof. Kenitiro Suguio

Prof. Mark Lund

Prof. Mario Fontes

Prof. Guilherme Polli